Instituto Informa inicia série de pesquisas com mapeamento de fatores que levam as pessoas a se sentirem bem. Dados podem auxiliar diagnóstico de comunicação focada na construção de reputação de lideranças, gestores e marcas

Bem-estar é um conceito relativo à percepção e experiência de cada pessoa. É ela quem sente e nomeia as dores e satisfações cotidianas que impactam a sua percepção de bem-estar. Nessa perspectiva, o Instituto Informa tem desenvolvido, nos últimos anos, uma série de estudos que procuram compreender as relações entre bem-estar e construção de reputação. Há uma relação de alto valor entre esses dois conceitos. E a razão é simples: reputa-se bem quem ou o que promove bem-estar. Essa é uma chave central para diagnósticos mais precisos que buscam auxiliar estratégias de comunicação interessadas em construir e estimular a reputação de instituições, lideranças ou marcas.

Nessa primeira pesquisa nacional, aplicada na primeira semana de março de 2024 perguntamos a mil brasileiros como eles classificariam o próprio bem-estar. Mais de 75,7% apresentam uma percepção positiva, com notas que variaram entre 7 e 10. Outros 20,1% registram uma percepção moderada (notas entre 4 e 6), e apenas 4,2% avaliaram o seu bem-estar (notas entre 1 e 3). Na média, os brasileiros avaliam o bem-estar em 7,6. Os dados indicam, portanto, que há uma oportunidade para a construção de reputação.

Regiões Sudeste e Sul apresentam proporções maiores de avaliação positiva de bem-estar

Os dados sobre a percepção dos brasileiros sobre o bem-estar estão, de certa forma, uniformemente distribuídos pelas regiões do país, com saldo positivo sempre maior que negativo. Há, contudo, uma diferença. Os estados do Sudeste e Sul tendem a registrar percentuais de percepção positiva sobre o bem-estar um pouco acima das demais regiões.

Enquanto no Sudeste a avaliação positiva atinge cerca de 80%, quase semelhante à região Sul, com 79%, no Centro-Oeste (75%), seguido do Norte (69%) e Nordeste (68%), temos percentuais menores. Não é possível, por enquanto e com os dados da pesquisa do Informe, inferir quais as possíveis causas dessas diferenças que, como podemos observar, chegam a cerca de 12 pontos percentuais entre Sudeste e Nordeste. Mas, certamente, essa diferença poderá ser explorada em levantamentos futuros ou com pesquisas qualitativas que ajudem a explicar esse comportamento.

O ponto principal, contudo, é observar que os brasileiros, independentemente da região em que vivem, percebem positivamente o próprio bem-estar, e essa é uma chave que reforça a nossa hipótese, segunda a qual a noção de bem-estar é central para a compreensão dos públicos com os quais lideranças, instituições e marcas precisam lidar e de quem dependem para construir reputação.

Homens e mulheres atribuem notas semelhantes ao seu bem-estar

A análise dos dados da pesquisa, considerando o gênero dos entrevistados, mostra que homens e mulheres tendem a registrar notas muito próximas em relação à percepção do próprio bem-estar (7,78 e 7,48). Em outras palavras, embora vivenciem experiências muitas vezes distintas na vida social, a diferença de gênero não gera diferenças significativas na percepção de bem-estar de homens e mulheres.

Em média, cerca de 80% dos homens e 72% das mulheres avaliam positivamente o próprio bem-estar. A maior diferença entre os dois grupos se dá entre aqueles que avaliam moderadamente o bem-estar. Enquanto as mulheres registram 23%, os homens alcançam apenas 16%.

Avaliação positiva do bem-estar é maior entre os mais velhos

Outro dado da pesquisa que merece ser observado, as faixas etárias tendem a apresentar comportamento semelhante, com avaliações positivas de bem-estar sempre superiores às avaliações moderadas ou negativas. No entanto, vale destacar a faixa dos brasileiros entre 16 e 24 anos. Nesse grupo, a avaliação positiva foi de 68%, quase 10 pontos percentuais abaixo da faixa seguinte ( 25 a 34 anos), que apresentou maior proporção.

As proporções na faixa dos 70% de avaliações positivas se mantém nos grupos dos brasileiros mais velhos, demonstrando uma distribuição mais homogênea. Como no caso dos dados por região, o levantamento do Informa não permite especular possíveis causas dos mais jovens terem percentuais de avaliações positivas relativamente mais baixos. Essa diferença, que não chega a ser grande e pode ter sido afetada pelas variações do tamanho da amostra, poderá ser melhor investigada em estudos futuros.