Quem vive melhor, vive mais? Indicadores como dois anos a mais na expectativa de vida dos moradores da região Sul à média nacional ajudam a entender o fenômeno e fazer relações com a qualidade de vida na região. Investimentos em infraestrutura e saneamento básico também representam diretamente um ganho de saúde pública.
Certamente é uma leitura ainda rasa para se desvendar os segredos da longevidade dos sulistas, mas parece suficiente para fazer crescer os olhos dos compatriotas. A região Sul tem, para 40% dos brasileiros, a melhor qualidade de vida do País. Em seguida, são consideradas as regiões Nordeste, com 21,1%, e o Sudeste, com 19,8% dos votos. Esse é o resultado de uma pesquisa realizada pela Unidade de Negócio da Bateiah Estratégia e Reputação, com 1455 pessoas, entrevistadas entre os dias 08 e 27 de julho.
Confira o infográfico a seguir:
Engajamento e cooperativismo
Para o secretário de Planejamento e Projetos Estruturantes do Estado do Paraná, Valdemar Jorge, o engajamento da sociedade civil com o governo e a vocação para o cooperativismo são algumas das principais contribuições para a percepção de que a qualidade de vida da região Sul seja a melhor do País. “Além dos indicadores socioeconômicos, o apoio do G7 e a nossa vocação para o cooperativismo nas áreas de agropecuária, de crédito e de saúde são grandes diferenciais.”
O G7 a que o secretário se refere trata-se de um grupo formado pelas principais entidades do setor produtivo paranaense. Eles se reúnem uma vez por mês com o governo (estadual e federal) para contribuir com críticas e sugestões.
Valdemar ainda explica que esse modelo de negócio, que valoriza o pequeno produtor, é uma vocação do Sul herdada dos imigrantes e inserida na história dos sulistas. “A ideia de valorizar a compra local está muito arraigada nos estados do Sul. Acho que isso é um pouco da nossa característica cultural. Herdamos dos imigrantes portugueses, alemães, italianos e poloneses, que trouxeram suas culturas e diversidades culinárias, suas festas e tradições”, disse.
Iniciativa privada
Para o presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (FACIAP), Fernando Moraes, o investimento da iniciativa privada no setor produtivo é fundamental para os reflexos positivos na melhoria da qualidade de vida das pessoas. “Para cada trabalhador empregado há uma cadeia de empresas sendo beneficiada, uma vez que, empregado, ele consumirá produtos feitos por outras empresas, que também geram empregos.”
De acordo com Moraes, no cooperativismo, os empresários, sejam pequenos ou grandes, ganham praticidade e redução de custo para comercializar seus produtos. “Numa cooperativa, há solidariedade, ajuda mútua, participação democrática e responsabilidade compartilhada. Os empresários conseguem atender a um mercado consumidor de maneira mais fácil com habilidades referentes à negociação e melhores condições para a compra de insumos”.
Tempo em família
Valdemar Jorge e Moraes concordam que outro indicador importante de qualidade da vida é o tempo que se desfruta em família. Para Jorge, a pandemia deixou claro que o tempo que se passa junto à família é um luxo que os grandes centros urbanos, com seus engarrafamentos, jamais poderão prover. “As famílias do Sul estão conseguindo progredir financeiramente, mantendo os seus valores e preservando sua cultura sem precisar ir muito longe.”