A alimentação como base do bem-estar

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Pesquisa destaca setor de alimentos como segmento da economia que mais promove o bem-estar; ganham as marcas que melhor reputam esse prazer

A gestora comercial Natalie dos Santos, de 31 anos, é vegana e prioriza sempre uma alimentação saudável. “Tenho preferência por ‘comida de verdade’ e sinto prazer em degustar o sabor desses alimentos, no qual eu mesma preparo e tempero com muito carinho.”

Para ela, manter refeições diversificadas e coloridas faz toda a diferença na sua rotina. “É algo que influencia muito no dia a dia, na qualidade do sono, na disposição mental e física. Eu acredito que o alimento é o melhor remédio.”

Uma pesquisa do Instituto Informa destaca que a comida está diretamente ligada ao bem-estar dos brasileiros. O levantamento entrevistou mil pessoas no início de março e, perguntadas sobre o segmento da economia de uma marca que mais promove bem-estar, 43,7% citam os alimentos.

“O ato de comer, além de nos nutrir, é um ato social, de prazer e afeto”, afirma a nutricionista Julia de Simoni Bittencourt. “Nosso corpo demanda uma necessidade calórica diária para que funcione e o alimento é nosso combustível. Estar saudável e ter energia e disposição para realizar as atividades diárias é ter uma boa percepção de bem-estar.” 

 

Da qualidade de vida ao prazer imediato

O bem-estar com a comida pode estar ligado a diferentes hábitos alimentares. Para além do comer saudável, há quem sinta prazer em se deliciar com um doce após as refeições, ou ainda quem busque sempre por receitas diferentes para satisfazer seu paladar.

“A alimentação interfere demais no humor e nas emoções. Quando falamos em hábitos saudáveis, a comida pode ser vista como um planejamento para melhor qualidade de vida, mas ela também pode ser vista como um plano de fuga entre pessoas que apresentam quadros de ansiedade, ou não conseguem lidar com diversas situações”, afirma o psicoterapeuta Jeferson Santos, especializado em comportamento, ansiedade e desenvolvimento da inteligência emocional.

A relação de marcas de alimentos com o bem-estar é maior entre os mais jovens – 52,2% dos entrevistados entre 18 e 24 anos fizeram a indicação, percentual que diminui gradativamente até chegar em 39,8% para pessoas acima dos 55 anos. Uma tendência similar acontece com brasileiros de diferentes condições financeiras: se na classe social A 30% dos entrevistados citam o segmento de alimentos, nas classes D e E o setor aparece em 52,2% das respostas. 

A reputação ligada ao bem-estar

Entre os segmentos mais citados pelos entrevistados pelo Instituto Informa, os alimentos ficaram à frente de séries e filmes (8,1%), vestuário (5,5%), sites de compra (4,5%), educação (4%), restaurantes (3,3%), eletrônicos (3,2%), pets (3,1%), veículos (3%) e agências de viagens (3%).

Já entre as marcas que menos produzem bem-estar, os alimentos foram indicados por 6,6% dos entrevistados, atrás de notícias (10,8%), jóias (9,5%), pets (8,3%), medicamentos sem receita (6,9%) e transportes (6,8%). A rejeição também é maior entre jovens de 18 a 24 anos e entre pessoas de classe social D e E (11,7%). Considerando gênero, mais homens (8,5%) consideram o segmento de alimentos negativo ao bem-estar do que mulheres (5%).

 

O sociólogo Fábio Gomes, fundador do Instituto Informa, ressalta a importância da pesquisa para aprofundar estratégias de vínculos entre marcas e consumidores. “O bem-estar é o pilar da construção reputacional. Nós temos diferentes comunidades de interação, cada uma com sua construção de como um alimento deve ser. Então reputa bem aquilo que promove o bem-estar.”

Para a especialista em marketing Julia Zayas, CEO da Nauta Digital, a promoção de bem-estar é a principal finalidade na construção de uma campanha de um produto. “Um plano de marketing requer uma conexão com o consumidor. É preciso entender seu comportamento, identificar suas dores e oferecer uma solução que o faça bem. Toda marca precisa pensar no bem-estar do cliente para montar uma boa estratégia de comunicação.”

 

 

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