Novos hábitos alimentares despertam a atenção da indústria

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O brasileiro está em busca de uma vida mais saudável e intensificou esse desejo desde o início da pandemia. É o que mostra a versão mais recente da pesquisa ‘O consumidor e os produtos saudáveis’, feita desde 2016 pela Esentia Inteligência.

Parte dessa mudança está no prato. Em 2020, 47% dos brasileiros começaram a tomar consciência sobre a necessidade de adotar novos hábitos alimentares. Ainda segundo a pesquisa, 40% adotaram um cardápio mais saudáveis. Para 73%, essa mudança é tão importante para a saúde mental/emocional quanto física.

Segundo Gustavo Ramos, CEO da Esentia Inteligência, a pandemia impulsionou novos hábitos não apenas relacionados à higiene, mas também à alimentação e à saúde imunológica, além da manutenção do peso (como forma de compensar o ritmo menor das atividades físicas), por exemplo.

A indústria tem observado bem de perto o crescimento desse novo comportamento. Nos últimos cinco anos, mostra a pesquisa, a oferta de produtos com algum apelo saudável, cresceu 98%. Na categoria dos convencionais a alta foi de 67%.

Mudança de atitudes

“A percepção de finitude trazida pela pandemia mudou o sentimento que muitos tinham até então, isso fez com que as pessoas começassem a se preocupar e passem a olhar para novos hábitos”, explica CEO da Esentia Inteligência.

A indústria de alimentos vem observando bem de perto essa abertura que os brasileiros têm dado para o consumo de produtos mais saudáveis. Do primeiro estudo ‘O consumidor e os produtos saudáveis’ até a versão mais recente houve um aumento de 98% na oferta de alimentos com essas características, enquanto no segmento de convencionais a alta foi de 67%.

Conforme destaca Ramos, na hora de fazer a compra de um produto o consumidor é influenciado por uma série de fatores psicossociais. Por isso é tão importante para a indústria conhecer ou se aprofundar sobre quais são esses critérios baseados em aspectos racionais, como a percepção dos benefícios diretos dos alimentos para a saúde, preço, características nutricionais, rapidez de preparo, palatabilidade, satisfação e qualidade.

Para o CEO, no entanto, alguns detalhes da pesquisa, sob a lupa de diferentes metodologias, permitiram à equipe da Esentia Inteligência uma análise ainda mais profunda. Para isso, foram feitas pesquisas junto a publicações jornalísticas, a órgãos públicos e a especialistas. Ao todo, o grupo estudou em torno de 5 mil relatos e perto de 2 mil publicações diversas sobre a saudabilidade.

“O grande desafio que a indústria vai ter daqui para frente será entender o processo de fabricação para encontrar formas de levar ao consumidor produtos saudáveis que não sejam mais caros, além de monitorar muito de perto os hábitos alimentares para que não haja um descompasso entre o que vai ser oferecido e o que é de fato demandado”, avalia.

Ouvir o consumidor e entender suas necessidades terá cada vez mais relevância na tomada de decisão das empresas. A coleta permanente de dados servirá, segundo Ramos, para o desenvolvimento e a precificação de novos produtos alinhados ao poder aquisitivo e as diferentes demandas que surgem a todo momento. O desafio está posto e quem dita os próximos passos é o cliente.

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