Pesquisa aponta que mulheres atribuem notas menores para sua qualidade de vida, na comparação com homens

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A percepção de bem-estar no Brasil é menos positiva entre mulheres do que entre homens. A conclusão é de um estudo do Instituto Informa para o qual os participantes tiveram que avaliar o seu bem-estar em uma escala de 1 a 10. Enquanto, entre eles, 79,9% deram notas altas (de 7 a 10), entre elas, o percentual caiu para 72,2%. Essa diferença é distribuída principalmente entre os que deram notas moderadas (de 4 a 6): 23,3% de pessoas do gênero feminino e 16,4% de pessoas do gênero masculino. Já notas ruins (de 1 a 3) foram atribuídas por 4,5% delas e 3,7% deles.

Ao serem questionados sobre o aspecto da vida que melhor justifica a nota, a principal diferença está em relação à saúde mental – prioridade para 15% de pessoas do gênero masculino, contra 21,5% de entrevistadas do gênero feminino. Outros fatores citados por ambos os gêneros, com maior equilíbrio, foram família (média de 24,2%), saúde (23,3%) e finanças (20%). Para esta pesquisa, o Instituto Informa entrevistou mil pessoas na primeira semana de março deste ano. O objetivo é compreender como os brasileiros enxergam sua qualidade de vida e os principais gatilhos que influenciam essa sensação.

“Mulheres têm a qualidade de vida mais prejudicada, em relação aos homens, por uma sobrecarga de papéis e responsabilidades”, afirma o comunicólogo Rodrigo de Aquino, especialista em bem-estar, felicidade e psicologia positiva. “Elas precisam gerir o tempo para trabalhar, cuidar de seus pais, de sua família e de si próprias. Elas estudam mais, mas ganham menos que os homens e ainda cumprem esses turnos extras.”

Segundo Aquino, a saúde mental feminina é afetada também por uma vulnerabilidade causada pela maior exposição a questões delicadas, como vários os tipos de assédio, a falta de perspectiva no trabalho e a falta de respeito em diversos ambientes, como o trabalho, os espaços religiosos e muitas vezes dentro da própria casa.

 

Bem-estar pelo lazer e o consumo

O Instituto Informa pediu para que os entrevistados escolhessem atividades e segmentos da economia que mais estimulam o bem-estar. Ambos os gêneros destacam atividades ligadas ao lazer, como passeios (média de 18,3%), confraternizações (11,1%) e encontros (10,5%), além do desejo de manter a estabilidade no emprego (19%).

Entre os hábitos de consumo, a alimentação também foi destaque entre homens e mulheres (43,7%), assim como séries e filmes (8,1%). Para elas, porém, marcas ligadas a vestuário (6,9%), cosméticos (3,3%), moda e acessórios (1,6%) foram mais comuns, enquanto que eles preferem veículos (5,3%), eletrônicos (4,2%) e calçados (2,2%).

Sobre os interesses, Aquino analisa que herdamos papéis sociais construídos, mas que não são fáceis de serem mudados. “Por quantos séculos os homens foram ensinados a cuidar de veículos, desde as carroças até os carros modernos? E por quantos séculos as mulheres foram valorizadas principalmente pela aparência? Essas são pressões que ainda carregamos hoje”, finaliza.