Jardins se prepara para comércio híbrido

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Conhecido pelo comércio de rua de luxo, o bairro dos Jardins, no coração de São Paulo, tem mais de mil estabelecimentos em funcionamento. E todos eles, sem exceção, tiveram de se adaptar às necessidades do consumidor, principalmente durante o período da pandemia do novo coronavírus. Vendas on-line e por telefone foram intensificadas, tanto que, assim como escritórios de todo o mundo, também os lojistas dos Jardins estão avaliando novas dinâmicas, como, por exemplo, as vendas híbridas.

Isso servirá para aumentar a satisfação de quem costuma comprar no comércio da região, já que pesquisa de opinião feita pelo Instituto Informa, unidade de negócio da Bateiah Estratégia e Reputação, mostrou que 58,9% estão satisfeitos com a oferta de comércio disponível nos bairros. E a maioria das pessoas ouvidas – 30,2% -, no dia 11 de junho, admitiu que opta tanto pela compra presencial, quanto por internet ou telefone.

Uma delas é a empresária Maria Bella Kok de Assis, 55 anos, moradora há 20 anos do bairro. Ela disse que, a exemplo de sua filha, que tem 26 anos, passou a fazer mais compras on-line durante a pandemia. “É uma prática que veio para ficar. Minha filha mora aqui comigo, e ela compra muito on-line. A geração dela está mais preparada ainda para escolher sem experimentar. Incentivada por ela, me aventurei em umas compras pela internet que deram certo”, comemora.

Nem por isso deixou de frequentar as lojas que gosta durante o isolamento. “Continuei indo na (rua) Oscar Freire, na (Alameda) Lorena, no Shopping Cidade de São Paulo. Não comprei de uma forma como antes, até porque todas as lojas fecharam, tivemos a limitação do ir e vir. Mas acredito que com o fim da pandemia, esse fluxo local deva voltar ao normal.”

PREFERÊNCIAS

Para atender aos diversos perfis de consumidores, a presidente da Associação Comercial dos Jardins, Rosangela Lyra, diz já pensar em marketplace, uma espécie de shopping center virtual que comporta todas as lojas que queiram participar. “Ainda estamos em fase de planejamento, mas é uma opção de venda que une diversos públicos”. Ela, que já atuou como CEO da Dior no Brasil e foi responsável pela revitalização da Oscar Freire em 2005, diz que o quadrilátero principal dos Jardins não foi tão afetado pela pandemia, já que as lojas ficam ao ar livre. “As pessoas, principalmente os moradores locais, redescobriram a grandeza, a grandiosidade, do comércio local. Mas, durante o fechamento das lojas, tiveram de ser intensificados os serviços de vendas on-line e por WhatsApp e a prática deve permanecer.”

 Embora o setor de serviços seja forte no quadrilátero principal do bairro (salões de beleza, mercados, restaurantes, entre outros serviços, 60% do comércio é composto por venda de roupas, sapatos e acessórios. E essa característica, segundo a pesquisa, tem agradado os consumidores entre 61 e 70 anos – 66,7% dos entrevistados. “Acho que essa satisfação deve ser atribuída ao setor de serviço, mas o comércio, de um modo geral, não contempla apenas essa faixa etária. Não há uma segmentação, até porque hoje quem tem 60 e 70 anos não é mais considerado velho, a visão sobre a terceira idade mudou. As necessidades e demandas são iguais em todas as idades”, analisa Rosângela.

A empresária Maria Bella diz se sentir contemplada com as opções locais, mas que ainda faltam alguns segmentos como lojas de brinquedo e de roupa de luxo. “Também sinto falta de um (Empório Casa) Santa Luzia, supermercado gourmet, com coisas mais finas”, ressalta. A sugestão, em específico, condiz com o perfil dos frequentadores do comércio no Jardins, que ganham mais de dez salários mínimos, em um total de 67,9%.

MAIS PLURAL

A advogada Vanessa Jarrouge Gordilho, 45, diz conhecer ‘cada cantinho do bairro’. Mora por lá há sete anos e relata ter assistido mudar o perfil das lojas da região durante o período. “O que percebi, desde quando vim para cá, é que tinha mais lojas de grife internacional na rua do que agora. Elas acabaram migrando para os shoppings e o que vejo por aqui, são lojas nacionais de alto e médio padrão. Do mesmo jeito que tem uma Bo.bô, tem também uma Hering, por exemplo. Vejo que tem uma diversidade para todos os públicos, especialmente porque há dois anos foi inaugurada a estação Oscar Freire do Metrô o que facilita a circulação”, analisa.

Segundo ela, o comércio, portanto, não era visitado por pessoas de outros bairros antes da alteração na mobilidade local. “A repaginação na calçada em toda estrutura da Oscar Freire, além de atender às necessidades dos moradores, chamou um público maior e virou até uma possibilidade de passeio”. Vanessa diz não sentir necessidade de ir a um shopping para comprar o que precisa. “Consumo tudo no bairro, sou uma consumidora nata daqui. Raramente saio para comprar coisas em outros lugares”. Em dezembro do ano passado o bairro ganhou seu primeiro shopping, o Cidade Jardim Shops, na rua Haddock Lobo.

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