Consumo: a aquisição de bens e serviços para satisfazer necessidades e desejos humanos.

Parece simples, não é? Mas o “x” da questão está na parte da frase que define o consumo como “satisfação de necessidades e desejos humanos”. O consumo é um ato emocional, com métricas que vão muito além dos números. Desejos, sonhos, empoderamento… o ser humano consome felicidade.

E onde entra o etarismo nesse contexto?

O etarismo está por todos os lados e representa um dos atos mais covardes e menos inteligentes da humanidade. Qualquer pessoa com mais de cinquenta anos vive ou percebe a presença nada sutil do etarismo.

O lado mais estranho e menos inteligente acontece no ambiente corporativo. Muitas empresas não absorvem o potencial dos colaboradores 50+ em seus processos seletivos, eliminando-os pelo campo “data de nascimento” na ficha de cadastro. Nem a experiência, o brilhantismo ou o histórico profissional vencem a força do etarismo no ambiente de trabalho.

O prejuízo é bilateral. O público 50+ perde poder de compra e as empresas perdem esse excepcional consumidor. Etarismo é autocanibalismo.

Outro ponto importante do etarismo acontece na comunicação e no planejamento e desenvolvimento de produtos. O consumidor 50+, que tem recursos e poder de compra, muitas vezes não se sente representado ou compreendido pelas marcas, nem pelas campanhas e publicidade, e nem pelo portfólio de produtos ofertados.

Felizmente, algumas empresas estão mudando essa mentalidade, aumentando a modelagem das peças e o lucro.

Este texto tem a missão de alertar uma nova geração de líderes sobre os riscos e perdas que essa mentalidade já está causando. Quando unimos a idade ao gênero, a coisa piora. Ser mulher 50+ é ainda mais difícil.

Os riscos e problemas sociais que esse comportamento vai promover são enormes e prejudicam a todos. Não teremos vencedores nesse processo de discriminação.

A diversidade é rica e gera riquezas. A diversidade amplia o debate, traz novas visões ao processo.

Cuidar das pessoas precisa ser sempre o centro de todos os negócios. O nome disso é propósito, e sem ele, marcas e empresas também não vão resistir.