Pessoas acima de 60 anos e imunocomprometidos devem procurar uma unidade de saúde e garantir a proteção contra o coronavírus, que vitima principalmente idosos e crianças
Quase quatro anos depois do início da pandemia do coronavírus, os casos de covid ainda exigem cuidados. A ciência mostra que a vacina segue como a principal forma de proteção contra a doença.
Por essa razão, o Ministério da Saúde recomendou recentemente que as pessoas a partir de 60 anos e os imunocomprometidos – aqueles cujos mecanismos de defesa (sistema imunológico) estão comprometidos, como no caso de pacientes oncológicos, soropositivos e transplantados – acima de 12 anos que tenham recebido a última dose do imunizante há mais de 6 meses tomem uma nova dose da vacina bivalente.
Prevenção contra sintomas graves
O ministério alertou para que todos os brasileiros atualizem o esquema vacinal com as doses recomendadas para cada faixa etária. As vacinas disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) são eficazes contra variantes que circulam no Brasil e previnem tanto os sintomas graves quanto as mortes.
“Estamos acompanhando a evolução do quadro para adotar novas medidas caso venham a ser necessárias. Neste momento de precaução, sobretudo no período de festas, vamos nos manter vigilantes e reforçar certos cuidados, como o uso de máscaras adequadas para grupos de risco ou com sintomas gripais, testagem após 48h do início de sintomas e evitar lugares fechados e aglomerações”, disse a ministra em publicação na rede social X (antigo Twitter).
Particularmente nesta época do ano, com as festas em família e as férias, os cuidados para se proteger da covid devem ser intensificados, mesmo entre aqueles que preferem evitar aglomerações. Isso porque o contágio é muito fácil. Basta ter contato com uma pessoa contaminada – por exemplo, o entregador, o balconista ou um passageiro no transporte público – para que se crie condições de desenvolver a doença, explica Juarez Cunha, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
Idosos e crianças
O diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) tem 65 anos e tomou recentemente a sexta dose do imunizante. Ele frisa que os casos de covid continuam acontecendo, mesmo que não haja a mesma situação emergencial dos primeiros anos da pandemia.
Ainda assim, alerta Cunha, os números no Brasil causam preocupação e demandam cuidados da população. O País ainda registra cerca de 300 mortes por semana por covid. A evolução da doença acontece principalmente entre os idosos, mas as crianças também sofrem com o vírus. Em 2023, foram 110 mortes e 6 mil internações entre os menores de 5 anos, lembra o representante da SBIm.
“Por isso, é fundamental que esses grupos etários que estão sendo mais acometidos pela doença sejam vacinados”, aponta Cunha.
O que é a bivalente
Juarez Cunha aproveita para esclarecer o que é a vacina bivalente. Ao contrário do que muitos imaginam – que seria um imunizante que protege contra covid e contra a gripe -, a bivalente tem esse nome porque protege contra a cepa original do coronavírus e a ômicron (que já tem subvariantes).
Trata-se de um reforço para aqueles que já têm as doses anteriores. O intervalo entre a última dose e o reforço da vacina bivalente deve ser de seis meses.
“O papel das vacinas como protetor é muito importante, em especial das formas graves e morte, independente de serem aqueles imunizantes originais (ou ancestrais) ou os mais atualizados, como a vacina bivalente”, sinaliza Cunha.
A recomendação é de que as pessoas procurem estar em dia com as recomendações do Ministério da Saúde e que alguns hábitos sejam reforçados, como a lavagem das mãos, manter os ambientes arejados e usar máscara caso esteja com um quadro de doença respiratória para não transmitir a covid para outras pessoas.