Escolaridade traz melhor percepção de bem-estar

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Brasileiros que avançam nos estudos têm melhor percepção da satisfação com a vida, diz estudo do Instituto Informa

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A educação tem um papel importante na construção do bem-estar. Uma pesquisa do Instituto Informa aponta que pessoas com maiores níveis de escolaridade têm uma percepção mais positiva de sua qualidade de vida. O estudo teve a participação de mil brasileiros no início do mês de março e pediu que os entrevistados avaliassem seu bem-estar com uma nota de 1 a 10.

Na média geral da pesquisa, três a cada quatro pessoas (75,7%) atribuíram notas altas, de 7 a 10. No recorte de pessoas analfabetas ou que não completaram o Ensino Fundamental 1, o percentual despenca para 53,2%, subindo gradualmente a partir da evolução escolar: 70% entre os que terminaram o Fundamental 1; 71,1% entre os que se formaram no Fundamental 2; 75,2% entre os que concluíram o ensino médio; e 84,7% entre os que conquistaram um diploma universitário.

O Brasil enfrenta desafios conhecidos na área da educação, com problemas de infraestrutura, permanência e bons resultados em escolas pelo País. Segundo o Censo Escolar da Educação Básica 2023, do MEC (Ministério da Educação), cerca de 68 milhões de pessoas não chegaram ao fim do ensino médio, entre eles 8,8 milhões de pessoas na faixa etária entre 18 e 29 anos.

A taxa de aprovação para os últimos três anos de escola caiu de 95% em 2020 – primeiro ano da pandemia de covid-19, quando governos estaduais implantaram políticas de aprovação automática – para 86,6%. Entre os reprovados, estão alunos que não atingiram notas mínimas para “passar de ano”, ou estudantes que evadiram o sistema de ensino.

“Quem tem um maior nível de educação desenvolve melhor habilidades socioemocionais, de convivência, empatia e de estabelecer conexões interpessoais”, afirma o defensor público federal André Naves, especialista em direitos humanos e inclusão social. “E isso permite que ela enxergue e reconheça melhor aquilo que há de bom em sua vida.”

 

Renda também é determinante

A diferença da percepção de bem-estar é também evidente entre diferentes faixas de renda. Enquanto nas classes D/E o percentual de notas positivas fica em 63,9%, para a classe A, de maior poder aquisitivo, a alta avaliação é realidade para 96% dos entrevistados – um terço deles assinalou a nota máxima.

Naves ressalta que o baixo poder aquisitivo tem impacto direto no nível de escolaridade. “As pessoas de renda mais baixa são normalmente excluídas do sistema escolar, ou incluídas precariamente. São classes que não têm o devido acesso ao lazer, à saúde pública de qualidade, são mais suscetíveis à insegurança pública, à falta de mobilidade e zeladoria, à precarização do trabalho… Todos obstáculos para uma boa formação.”

O acesso formal à educação, segundo o defensor público federal, passa pela promoção dos direitos humanos. “Uma pessoa com o direito de exercer sua vida plena, com liberdade para escolher seus caminhos, com oportunidades equivalentes de desenvolvimento, com segurança de diversos tipos, seja ela policial, alimentar ou sanitária, e com direito à propriedade, é uma pessoa com autonomia e maior potencial de aproveitar uma educação formal prolongada. E assim se pode aumentar o potencial de bem-estar da sociedade.”

 

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